segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Doutrina da Segurança Pública salvou a refém

O fator primordial que diferenciou os desfechos distintos que envolveram os caso do ônibus 174 e o ocorrido na Rua Pereira Nunes, é que no episódio do 174 (12/06/2000) a doutrina de segurança pública, adotada à época, era fortemente influenciada pelo discurso de antropólogos, sociólogos e miltantes dos direitos humanos, a maioria ligado ao ISER (Instituto Superior de Estudos da Religião) e ao MVR (Movimento Viva Rio), contexto este que inviabilizava a possibilidade do tiro de precisão apesar do sequestrador ter dado tal chance por diversas vezes. Faltou decisão de comando e respaldo político para neutralizar mortalmente o sequestrador sendo observado ainda diversos erros de natureza técnica (pude detectar 12 erros) na condução daquela ocorrência, onde sequer os atiradores de elite encontravam-se em posição favorável ao tiro.


O tempo mostrou que aquele discurso dos cientistas sociais era irreal. O Rio vive sob a égide de uma guerra das mais violentas e de caráter permanente onde teses acadêmicas não resolverão a grave questão e onde se deve reconhecer que há no seio policial profissionais altamente qualificados para atuar em tais ocorrências de caráter especial. Na ação policial da Rua Pereira Nunes, contrariamente ao do caso do ônibus 174, em razão da implantação da atual e realista política de enfrentamento ao banditismo, não houve interferência de autoridades e de estudiosos.Tratava-se de caso eminentemente de caráter policial e os profissionais de polícia é que cabiam atuar, sem interferências externas.


A ação se deu, pois, nos limites da lei, na legítima defesa da vida da refém que se encontrava em perigo iminente, ameaçada pelo assaltante que segurava uma granada defensiva de guerra em suas mãos, tudo dentro da técnica policial correta, onde a derradeira possibilidade de salvar a vida da refém era neutralizar com tiro de precisão o sequestrador, tendo sido esgotados todos os meios possíveis de negociação. Era preciso decidir e o Comandante do 6º BPM, Tenente Coronel Príncipe, tomou a decisão correta. O atirador de elite foi preciso, o sequestrador ferido mortalmente e a vida da refém salva. A profissão policial se desenvolve pois com base nos parâmetros da técnica, do equilíbrio e dos limites da lei.

*Milton Corrêa da Costa é Tenente Coronel da PM do Rio da reserva

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